O Câncer de pulmão é responsável por cerca de 2.2 milhões de novos casos e 1.8 milhões de mortes por câncer ao ano no mundo. É o segundo câncer mais comum no mundo, sendo responsável por 1/10 dos casos e 1/5 dos óbitos por câncer. No Brasil, ocupa a quarta causa em incidência, mas a primeira no número de mortes por câncer.
É fundamental que o paciente procure atendimento médico diante de sintomas como tosse persistente ou de início recente, falta de ar, dor no peito, eliminação de secreção pulmonar com de sangue. Infelizmente, a maior parte dos casos de câncer de pulmão tem seu diagnóstico realizado de forma tardia, em estágios avançados da doença, quando as perspectivas de cura se reduzem de forma significativa.
Entretanto, uma mudança deste cenário desastroso tem ocorrido nos últimos anos. Avanços associados ao diagnóstico molecular da doença (através do sequenciamento dos genes ou da descoberta do DNA do câncer) têm sido fundamentais para melhorar este panorama.
Até alguns anos atrás, o tratamento do câncer de pulmão contava apenas com 3 formas principais de atuação: a cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia. Estes três pilares do tratamento ainda são fundamentais, entretanto, o advento de duas novas estratégias tem trazido mudanças significativas no controle e na cura da doença, mesmo naqueles casos mais avançados.
Estes dois novos pilares do tratamento oncológico são a terapia alvo molecular e a imunoterapia. A terapia alvo molecular consiste na detecção de oncogenes (através do mapeamento do DNA do tumor) que direcionam o tratamento de forma mais específica, com maior eficácia e menores efeitos colaterais do que a quimioterapia. Já a imunoterapia estimula o maior funcionamento do nosso sistema imunológico (sistema de defesa) a combater a doença. Existem indicações precisas e bem definidas para o uso destas estratégias, através de medidas que visam personalizar e individualizar cada vez mais o tratamento do câncer de pulmão. Apenas o oncologista poderá definir a indicação precisa de cada uma destas modalidades de tratamento.
Apesar de todos estes avanços que, sem dúvida, devem ser muito comemorados, não podemos nos esquecer que a melhor e maior arma no combate ao câncer de pulmão e sua alta letalidade ainda é a cessação do tabagismo. O cigarro é hoje a maior causa de morte evitável no mundo, sendo responsável por cerca de 80% a 90% dos casos de câncer de pulmão. O tabagismo aumenta em cerca de 30 vezes o risco de desenvolver o câncer de pulmão, além de aumentar o risco de outras neoplasias e das doenças cardiovasculares.
Se você fuma e deseja ter maiores informações sobre medidas que auxiliam na cessação do tabagismo, deve procurar imediatamente um pneumologista ou um oncologista para maiores orientações. Além disso, existem indicações de medidas preventivas específicas para os tabagistas, visando detecção precoce da doença mesmo em pessoas sem sintomas. Busque orientações em relação às medidas de prevenção o quanto antes, especialmente se você tem o hábito de fumar há muitos anos.